segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Síndrome do Pânico: Meu depoimento

Antes de começar a discorrer sobre o assunto, quero deixar claro que essa, literalmente, é a primeira vez que falo sobre esse tema. O que eu vivi e ainda vivo com esse problema...




Bom, quando eu desenvolvi a Síndrome do Pânico foi bem assustador pois eu nem sabia que esse problema existia, foi muito repentino e nunca esqueci da primeira crise, quando eu estava deitada na cama da minha mãe, havíamos acabado de chegar do mercado e de repente, tudo começou a girar, mas foi de repente mesmo! Não havia passado por nenhum estresse, nenhuma situação ruim... Junto a tontura, senti enjoo, o coração parecia estar prestes á sair pela boca, entre outras coisas.

Minha mãe desesperada que ficou, me levou as pressas para o pronto socorro mais próximo a nossa casa, chegando lá me medicaram e em poucos minutos eu estava melhor. A sensação que temos na crise, é que estamos prestes a morrer, ou que algo de muito ruim vai acontecer.

Passando esse episódio, minha vida nunca mais foi a mesma. Outros e outros episódios surgiram, cada vez mais frequente e na minha situação foi bem difícil por que eu nunca tive com quem conversar, sempre fui muito só. Mesmo rodeada de pessoas me sentia sozinha!

Hoje, que já tenho mais entendimento sobre o assunto, após muitas e muitas pesquisas, eu consigo voltar lá atrás e ver o gatilho de todos esses problemas. Fui uma criança muito solitária, sem amigos, sem parentes realmente interessados em conversar comigo, pra ser mais precisa, meus familiares são do tipo que te liga uma vez por semana para saber se está tudo bem. Não existe aquele vínculo forte, de conversas abertas, as conversas são sempre frustantes.

Meus tios maternos são todos alcoólatras, um já morreu de overdose e os que estão vivos já tiveram metade do seu cérebro comprometido pelo álcool. Os paternos, moram longe e nunca, NUNCA, me ligaram para dar um oi, ocasionalmente ligam para o meu pai e lembram o meu nome, e olha que herdei o nome da minha avó paterna.

Meus pais sempre fizeram o possível para que eu tivesse de tudo, e ainda o fazem, me pagam uma excelente faculdade particular, sempre me pagaram os melhores cursos e sustentaram todos os meus hobbies, mas assim, a conversa entre nós poderia ser mais aberta. É que meu pai é bem conservador, não que ele não converse sobre sexo e outros dilemas, mas eu percebo uma pitada de constrangimento no ar, já a minha mãe, sem comentários. rs

Resumindo toda a história, fui criada isolada pois não podia brincar de bola na rua, ou me "misturar" com as outras meninas... 18:00 era hora de dormir com ou sem sono, fala sério. Que adolescente quer dormir ás 18:00hs? E o resultado de tudo isso foi que cresci rebelde, desacatando as ordens como esta, dormindo algumas vezes as 4 da manhã, querendo fazer tudo que não pude de uma só vez. Pensa no estrago!

Junto á Síndrome do Pânico, desenvolvi mais um problema, chamado Hipocondria. Ainda mais complexo, tipo, se eu tenho uma dor de cabeça imagino que seja um AVC, se tenho uma infecção urinária, choro horrores; Se tenho 110 bpm imagino um ataque cardíaco. É muito problema para um Ser só!

Se eu vos disser que estou curada, será mentira. Ainda tenho crises, mas agora sei lidar um pouco melhor com elas. Além dos Hobbies que descobri como uma estratégia de fuga, um deles é plantar. Plantinhas mesmo, tipo feijão. kkkkkk

Parei de ir ao pronto socorro também, sempre que tinha uma crise chegando lá me aplicavam um calmante e só. Então fico em casa, respiro fundo e tudo passa. O que aprendi com tudo isso? Aprendi que só você pode se ajudar! Não adianta chorar, deitar e esperar a morte, nada disso ajuda nem adianta! Então vou deixar aqui abaixo, umas dicas que podem amenizar as crises.


1. Mantenha a calma e tenha em mente que essa crise vai passar;

2. Ocupe-se! Não dê tanta importância. Se seus exames estão em dia e você não tem nenhum problema de saúde, é sinal de que a única coisa que te atormenta é realmente a temida Síndrome do Pânico.

3. Tente coisas novas, ler um livro, cantar, dançar, plantar, tocar algum instrumento, até gritar é valido se isso te acalma.

4. Converse com alguém sobre como você se sente, e se não tiver com quem conversar, vai na minha aba CONTATE-ME e me manda um e-mail, contando o que está se passando, ficarei muito feliz em poder ajudar e responderei o mais breve possível!

E você, como está lindando com tudo isso?

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